Acolher é mais do que abrigar: o primeiro encontro no SAICA
Por Grasiele Moniz Mendonça, psicóloga do SAICA
Acolher é mais do que abrigar — quando um bebê, uma criança ou um adolescente chega ao nosso SAICA, muitas vezes chegam apenas com a roupa do corpo, carregam medos, perdas e um coração cheio de perguntas. Muitas vezes, retirados às pressas do único ambiente que conhecia: sua casa, sua família, seu mundo.
E por mais que aquele lar pudesse representar negligência, violência ou abandono, ainda assim era um espaço conhecido, onde ele sabia onde ficavam as coisas, onde ouvia vozes familiares, onde entendia os códigos mesmo que dolorosos.
A chegada ao acolhimento é um marco psicológico profundo. É o momento em que se perde o chão e se busca, instintivamente, qualquer sinal de segurança, de afeto, de pertencimento. Por isso, cada detalhe importa.
Acolhimento no SAICA
Aqui na Casa do Pequeno Cidadão, acolher é mais do que abrigar e vai muito além de oferecer um teto. Nos preocupamos, desde o primeiro instante, em organizar um espaço que transmita cuidado e dignidade. Preparamos o quarto com atenção, deixamos o guarda-roupa limpo, roupas dobradas, uma escova de dente nova, um sabonete perfumado, um brinquedo à vista, uma cama arrumada com carinho. Esses detalhes, que parecem pequenos, têm um valor imensurável para quem chega sem nada. Encontrar um ambiente limpo, preparado especialmente para ele, é uma forma de dizer:
“Você importa. Aqui, você é esperado. Aqui, você é bem-vindo.”
Do ponto de vista psicológico, o acolhimento é o primeiro passo para a reconstrução da autoestima, da confiança no outro e, muitas vezes, da própria identidade. A criança ou o adolescente precisa saber que está segura, que será ouvida, que não será julgada por sua história, mas cuidada pelo que é e pelo que pode se tornar.
Nos primeiros dias, cada gesto é uma ponte. O olhar acolhedor, o silêncio respeitoso diante das lágrimas, o tempo que damos para que eles possam simplesmente existir. Não exigimos respostas rápidas, nem sorrisos forçados. Acolher, de verdade, é permitir que a dor tenha nome e tempo e que, pouco a pouco, novas experiências possam ressignificar antigas feridas.
Este trabalho é feito em equipe, com amor, profissionalismo e empatia. Porque não se trata apenas de “abrigar”, mas de reconstruir vínculos, de nutrir o emocional, de oferecer esperança. E é isso que fazemos, todos os dias, quando uma nova criança cruza nosso portão.
Venha conhecer o trabalho do SAICA Casa do Pequeno Cidadão
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