E os nossos adolescentes, podem sair?

ago/2023

Olá, caros leitores. A resposta é: devem!

Hoje queremos falar com vocês sobre o trabalho específico com os nossos adolescentes do SAICA Casa do Pequeno Cidadão, no que diz respeito à autonomia e independência, pois estas capacidades são importantíssimas para seguirem para a vida adulta. O cuidado com eles é o mesmo que temos em casa, com as nossas famílias.

Todo o nosso trabalho é direcionado pelo ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que dispõe no seguinte artigo: “Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.”

Garantindo tal direito, acompanhamos suas idas e vindas às escolas, cursos, passeios entre outras atividades e usamos estas oportunidades para avaliar o domínio e habilidades dos adolescentes nessas situações. Se demonstram responsabilidade, são autorizados a realizar estas atividades sem o acompanhamento de um adulto, mas sem deixar de supervisionar e orientar, estabelecendo horários de saída e retorno, assegurando o direito à liberdade e desenvolvendo sua autonomia para atividades externas ao serviço de acolhimento.

Além dos projetos internos, que nós já falamos um pouco em outras matérias, como o “Me virando na Cozinha” (que ensina práticas culinárias necessárias para produção de refeições); “Rodas de Conversa” (que aborda a rotina do SAICA, com sugestões e direcionamentos) e “Superação” (que oportuniza a voz dos nossos acolhidos sobre diversas temáticas, como drogas, sexualidade, religiosidade, preconceitos e combinados e regras de convivência), nossa responsabilidade com a preparação do adolescente para o mundo fora do serviço de acolhimento é importantíssima!

Precisamos pensar em nossos adolescentes em contato com a realidade, para garantir seu direito à convivência comunitária e, neste contexto, ensiná-los a identificar situações de risco, bem como a estarem preparados para enfrentarem possíveis “situações problemas”.

Todo esse cuidado respeita o estágio de desenvolvimento em que se encontram e nossos esforços também proporcionam uma vivência mais próxima possível de uma família, pois os nossos adolescentes não são diferentes dos demais.

Diálogos como esses são familiares para vocês?
_Pai, mãe, posso sair com a minha amiga? Vamos ao cinema!”,
_Qual, shopping você vai? Quem é essa amiga? Que horas voltam? Não é para você sair do lugar que combinamos! E volte na hora combinada, se não você vai nos preocupar!

Essa também é a realidade dos nossos adolescentes!!!

Por Glaucia Reis e Paloma Sanches